Pablo Laignier fala sobre funk e sociedade

por Daniel Machado Vivacqua Carneiro*

O jornalista e Mestre em Comunicação e Cultura, Pablo Leignier, concedeu entrevista coletiva sobre sua tese de doutorado: “As muitas faces do funk carioca: música e letra no Rio de Janeiro contemporâneo”. O encontro ocorreu na Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, na sexta, 15 de abril, e expôs nova perspectiva sobre o funk como movimento cultural.

Uma importante tarefa do pesquisador foi estabelecer categorias temáticas para os diferentes estilos desse gênero musical. Atualmente, algumas dessas categorias possuem maior visibilidade, como o Funk Pornográfico e o Proibido, que possuem forte apelo sexual e à violência, respectivamente. Outros estilos, apesar da menor exposição midiática, constituem um considerável instrumento de representatividade das comunidades. O Funk Consciente apresenta de forma crítica as carências da população que habita nas favelas cariocas e sublinha o descaso do governo com necessidades básicas, como educação segurança e saúde.

Outras questões colocadas pelo pesquisador foram a crescente audiência desse gênero musical na última década e os processos que envolvem essa expansão. Segundo Laignier, o funk vem ganhando espaço na mídia e na sociedade pelo desconforto e incômodo que causa. Disse que a aparente contradição entre aceitação e desconforto pode ser explicada pelo fato desse tipo de música refletir um contexto social maior: a banalização da sexualidade e da violência.

O Doutorando acrescentou que a banalização pode ser observada na rotina das pessoas de maneira disfarçada, mas quando cantada de forma direta e por meio de uma linguagem chula se torna explícita e choca. A intenção do pesquisador é compreender de que maneira o funk é constituído na sociedade e saber quais relações se estabelecem entre o gênero musical como expressão da cultura popular carioca e a sociedade em que está inserido.

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